Gostaria de compartilhar o que aconteceu comigo no início dessa semana aqui em casa. Pra começar, eu sou uma dyke prestes a completar 20 aninhos, assumida apenas para amigos, e ainda não me revelei diretamente para a minha família católica, conservadora e homofóbica. Bom, há pouco tempo eu apresentei à minha mãe uma amiga minha (que apesar de ser lésbica e solteira que nem eu, é apenas minha amiga). E já é de praxe a minha mãe implicar com minhas amigas — quando elas vão embora daqui de casa, começa o interrogatório. E dentro desse interrogatório sempre vem a pergunta "Ela é lésbica?". Pois bem, foi o que aconteceu. Como minha mãe é muito homofóbica e eu não queria correr o risco de ela querer me afastar dessa amiga, eu disse que não. Logo em seguida, ela dirigiu a mesma pergunta a mim: "E você, é lésbica?". Botei um sorriso bobo no rosto e pensei durante uma fração de segundo em milhões de coisas pra dizer a ela. Senti aquela descarga de adrenalina bem básica sacodindo o meu corpo todo — era a primeira vez na vida que a minha mãe tinha me feito aquela pergunta. No fim das contas, eu não disse nada. Apenas sorri, como eu sempre faço durante os momentos de tensão em que eu simplesmente não sei o que fazer. E certamente ela sabe que eu sou lésbica ou, no mínimo, suspeita, afinal de contas, eu tenho muito mais amizades com mulheres do que com homens e nunca apareci aqui em casa com nenhum namoradinho ou qualquer coisa que o valha.
Acho que essa foi mais uma demonstração de que, às vezes, no grande teatro da vida, nem tudo acontece tal e qual manda o script. O meu plano era sair do armário apenas quando eu já estivesse com a minha independência financeira, morando na minha própria residência e, claro, tendo uma relação estável com uma mulher. No entanto, eu não tenho nenhuma dessas três condições básicas. Por pouco eu desviei a rota do caminho que eu estava tentando traçar para a minha vida.
Depois desse epsódio, eu considerei a possibilidade de deixar tudo como está, subentendido, sem ter que dizer nada de forma direta, e só me pronunciar mais efusivamente sobre a minha sexualidade no momento em que eu tivesse a minha própria vida. Mas aí também vem outra questão: e se meus familiares ficarem sabendo sobre mim por terceiros? E se alguém chegar e disser para a minha mãe "olha, eu vi tua filha beijando outra menina em tal lugar..."? Não seria nem um pouco agradável ser surpreendida por esse tipo de situação.
Hoje eu estou sem saber direito o que fazer... dá vontade de ser que nem avestruz, enterrar a cabeça na areia e fingir não me importar com isso, mas esse assunto é algo que me sufoca e tira o meu ânimo... enfim, vim aqui só pra desabafar mesmo. Caso alguém queira me dar alguma dica, eu agradeço desde já.
Beijos e obrigada pela atenção!
Acho que essa foi mais uma demonstração de que, às vezes, no grande teatro da vida, nem tudo acontece tal e qual manda o script. O meu plano era sair do armário apenas quando eu já estivesse com a minha independência financeira, morando na minha própria residência e, claro, tendo uma relação estável com uma mulher. No entanto, eu não tenho nenhuma dessas três condições básicas. Por pouco eu desviei a rota do caminho que eu estava tentando traçar para a minha vida.
Depois desse epsódio, eu considerei a possibilidade de deixar tudo como está, subentendido, sem ter que dizer nada de forma direta, e só me pronunciar mais efusivamente sobre a minha sexualidade no momento em que eu tivesse a minha própria vida. Mas aí também vem outra questão: e se meus familiares ficarem sabendo sobre mim por terceiros? E se alguém chegar e disser para a minha mãe "olha, eu vi tua filha beijando outra menina em tal lugar..."? Não seria nem um pouco agradável ser surpreendida por esse tipo de situação.
Hoje eu estou sem saber direito o que fazer... dá vontade de ser que nem avestruz, enterrar a cabeça na areia e fingir não me importar com isso, mas esse assunto é algo que me sufoca e tira o meu ânimo... enfim, vim aqui só pra desabafar mesmo. Caso alguém queira me dar alguma dica, eu agradeço desde já.
Beijos e obrigada pela atenção!