2.10.08

Colocando as sapatilhas pra fora do armário, ou não (Autora: Débora)

Gostaria de compartilhar o que aconteceu comigo no início dessa semana aqui em casa. Pra começar, eu sou uma dyke prestes a completar 20 aninhos, assumida apenas para amigos, e ainda não me revelei diretamente para a minha família católica, conservadora e homofóbica. Bom, há pouco tempo eu apresentei à minha mãe uma amiga minha (que apesar de ser lésbica e solteira que nem eu, é apenas minha amiga). E já é de praxe a minha mãe implicar com minhas amigas — quando elas vão embora daqui de casa, começa o interrogatório. E dentro desse interrogatório sempre vem a pergunta "Ela é lésbica?". Pois bem, foi o que aconteceu. Como minha mãe é muito homofóbica e eu não queria correr o risco de ela querer me afastar dessa amiga, eu disse que não. Logo em seguida, ela dirigiu a mesma pergunta a mim: "E você, é lésbica?". Botei um sorriso bobo no rosto e pensei durante uma fração de segundo em milhões de coisas pra dizer a ela. Senti aquela descarga de adrenalina bem básica sacodindo o meu corpo todo — era a primeira vez na vida que a minha mãe tinha me feito aquela pergunta. No fim das contas, eu não disse nada. Apenas sorri, como eu sempre faço durante os momentos de tensão em que eu simplesmente não sei o que fazer. E certamente ela sabe que eu sou lésbica ou, no mínimo, suspeita, afinal de contas, eu tenho muito mais amizades com mulheres do que com homens e nunca apareci aqui em casa com nenhum namoradinho ou qualquer coisa que o valha.

Acho que essa foi mais uma demonstração de que, às vezes, no grande teatro da vida, nem tudo acontece tal e qual manda o script. O meu plano era sair do armário apenas quando eu já estivesse com a minha independência financeira, morando na minha própria residência e, claro, tendo uma relação estável com uma mulher. No entanto, eu não tenho nenhuma dessas três condições básicas. Por pouco eu desviei a rota do caminho que eu estava tentando traçar para a minha vida.

Depois desse epsódio, eu considerei a possibilidade de deixar tudo como está, subentendido, sem ter que dizer nada de forma direta, e só me pronunciar mais efusivamente sobre a minha sexualidade no momento em que eu tivesse a minha própria vida. Mas aí também vem outra questão: e se meus familiares ficarem sabendo sobre mim por terceiros? E se alguém chegar e disser para a minha mãe "olha, eu vi tua filha beijando outra menina em tal lugar..."? Não seria nem um pouco agradável ser surpreendida por esse tipo de situação.

Hoje eu estou sem saber direito o que fazer... dá vontade de ser que nem avestruz, enterrar a cabeça na areia e fingir não me importar com isso, mas esse assunto é algo que me sufoca e tira o meu ânimo... enfim, vim aqui só pra desabafar mesmo. Caso alguém queira me dar alguma dica, eu agradeço desde já.

Beijos e obrigada pela atenção!

22.9.08

Quero... mas tenho medo! (Autora: V.)

Histórias, todo mundo tem aos montes... ainda mais nesse meio, onde nem todas são resolvidas ou vêem as relações entre pessoas do mesmo sexo como uma outra relação qualquer. Confesso que eu tb nem sou tão resolvida assim. Sou bi, mas minhas relações com mulheres ainda ficam num plano meio underground. Verdade seja dita, a sociedade não tá pronta pra isso ainda, por mais liberal que possa parecer.
Há algum tempo, fui apresentada a uma mulher. Foi uma coisa meio armada (no melhor estilo 5ª série... rs), mas ficamos a primeira vez por influências externas. E foi bom! Os beijos se encaixaram, foi uma delícia. Continuamos ficando por algum tempo e à medida que as coisas iam fluindo, aconteceram 2 coisas distintas com nós duas.
Eu me envolvi, me apaixonei, a ponto de fazer qualquer coisa por ela... mandei flores, coloquei todo meu repertório romântico e respeitador em jogo. Afinal, eu já tinha namorado uma garota durante 2 anos, e ela nunca havia tido uma relação mais profunda com alguma mulher. Ficava por ficar, por curtição... Enfim, eu me apaixonei, me abri e me entreguei. Queria namorar, cuidar, andar de mãos dadas, apresentar pra família e todo o pacote que vem junto com uma relação séria.
Ela, ao contrário, ficou assustada. Confessou pra mim que eu mexia com ela de uma forma diferente, que ela gostava muito de mim, que eu era diferente das outras a quem ela beijou, que era especial e tal... disse incluvise que já havia pensado várias vezes em se entregar tb e namorar comigo. Mas ela tinha medo. Disse que não conseguia se permitir isso, que tinha medo da reação da família.
Destroçou meu coração em pedaços, embora dissesse que nunca queria ter feito isso, que nunca quis me magoar. Numa conversa das mais doloridas (no dia dos namorados, quanta ironia), ela me assegurou que não mais queria se envolver com mulheres. Disse que gostava era de homens e que assim seria. Não pude fazer nada além de respeitar a decisão dela...
Algum tempo depois, quando eu já tava ficando com um cara (mas ficando à toa, pq eu não tinha tirado ela da cabeça ainda), soube por terceiros que ela estava ficando com uma outra garota. A maior louca periguete! Juro, meu sangue ferveu... experimentei um misto de raiva, ressentimento, tristeza, frustração... nem sei o que era.
Aquela mesma mulher que me disse que tinha medo, que não queria mais ficar com mulher nenhuma, que não queria me magoar e blá blá blá estava lá, de mãos dadas com a guria, beijando a boca dela na minha frente!
Se isso não é contradizer o próprio discurso (inclusive no que diz respeito a não querer me magoar) eu não sei mais o que é. Na hora só consegui mostrar tristeza e frustração, uma punhalada! Mas o ódio me devorava por dentro... não sabia o que fazer. Só me afastei dela, do convívio, das conversas diárias, dos e-mails e telefones...
Posso dizer que superei isso muito bem. Hoje em dia até continuamos a ter contato, ela me procura com mais freqüência do que eu a ela, mas vamos combinar uma coisa? Ninguém merece uma pessoa confusa dessas! E vou falar... é só desse tipo que aparece na minha vida... Acho que é meu carma, me envolver com mulheres que não sabem o que querem da vida (mas que não conseguem viver longe de mim e acabam virando 'amigas'... rs).
Mas não a condeno por essas confusões que habitam sua cabeça. Se fosse algo fácil de enfrentar, a gente não tava aí há tantos anos diante desse tabú. Tabú este que gera esse tipo de relação, onde uma quer ser amiga pra ter a outra sempre junto; e a outra se conforma com essa 'amizade' pra ter do lado a mulher que deseja.

Desejo (Autora: Dhi SP)

Eu te vejo e tudo para em minha volta
Fingir que sou comum, mais uma apenas
não dá
Quando você ,inocentemente, deixa suas curvas
à mostra eu quase enloqueço imaginando o que
provavelmente nunca acontecerá...

Ouço teus segredos,teus lamentos, teu choro
E te aconselho dizendo que um dia o que é nosso
chega pensando se tu notaste o modo como te olho
no fundo dos olhos
Me agonia a impossibilidade de dizer a verdade
E me parece injusto fingir uma coisa que não sinto

Mas a verdade traria consigo o fim
E entre o fim e a mentira fico com a mentira
Pois assim ainda posso te ver, sem nenhuma intenção
se não apenas te ver
Pra não te perder eu me escondo, finjo, minto,
Digo que um dia tu acharás alguém que te mereça
E só o que eu desejo em silêncio é que esse alguém
seja eu...

17.9.08

Há poesia (Autora: Luciane de Novaes - http://floresemvcs.blogspot.com)


Lágrimas solitárias

Lágrimas solidárias
Lágrimas confidentes e bandidas

Das cercanias “hemofóbicas”
Tão estranhas e falantes
Tão culpadas e atrizes

Como sérias meretrizes do além-bar
Saídas daquele mar dos sonhos
Expulsas por cantar sem medos
O amor ébrio de suas almas perdidas

A luz do dia censurava seus passos
Nas madrugadas intensas eram tão felizes
Dos boêmios e felinos guardavam a fiel companhia indulgente
Esses, os poucos e bons que lhes tratavam comumente

- Se o amor que a gente sente não pode sentar no banco da praça,
Nem por isso desisto querida.
Nada nos tira a graça!
Repousa teu olhar em meu travesseiro
Que te faço dormir em meu seio
Que te faço sorrir sem receio

O amanhã vem para todos, mesmo nublado de preguiça
Dorme e sonha com o futuro
Há poesia em tudo, amor
Há poesia...

Saindo do armário (Autora: Dhi SP)


Bom vou usar meu apelido real mesmo, Dhi é como todo mundo me chama!tenho 18 anos completos á pouco e enfim descobri que sou bissexual, pra mim é tudo muito novo e até meio assustador pq sempre desconfiei mas nunca tive certeza de nada...
Isso não é a parte mais difícil quando se descobre que gosta de pessoas do mesmo sexo pq é incrível pra mim (mulheres são tão especiais!!), mas a pior coisa é descobrir que é gay se apaixonando por uma pessoa incrível mas que não ta nem aí pra você, no meu caso pela colega do 3º ano meio "butch" que é famosa por ter opinião própria e ser decidida(aquele tipo "Shane" The L Word!), mas enfim eu pensava que um coração partido era coisa de gente fraca que se deixa levar pelos sentimentos mas fui pega totalmente desprevenida e meus conceitos sobre paixão foram pelo ralo...A menina me encanto totalmente e pior me deu trela no início , mas acabo se afastando e sendo até grossa comigo várias vezes na escola.
Mas pelo menos pude sair do armário pra minha mãe que me deu todo apoio do mundo(te amo mãe!!), mas para as minhas amigas (todas héteros claro!!) isso ainda é segredo e nem imagino como contar sobre porque uma delas ,que por sinal é uma das melhores amiga, é extremamente homofóbica e preconceituosa, e a outra melhor amiga até entenderia mas ainda tenho medo e pior ainda to apaixonada por ela!!!
Espero que eu me saia bem quando decidir sair do armário pra todo mundo porque viver negando quem você é pode ser e é extremamente difícil...Espero que um dia seja mais fácil ser quem você é sem ter que se preocupar com os outros!!

Imponderáveis.. (Autora: V.)

Era um domingo. Almoço de aniversário. Em meio a conversas casuais, ela entrou no salão. Era uma das convidadas. A visão mais linda do dia. Olhos verdes, cabelos longos e negros presos num rabo de cavalo, um corpo escultural, um sorriso de fazer tremer... Tive que me recompor e disfarçar meu rubor ao ser apresentada a ela.

Almoçamos juntas, conversamos, rimos muito... e em uma tarde eu descobri que ela era a pessoa mais interessante que eu havia conhecido nos últimos 10 anos. Fiquei encantada com ela... e Deus, como era linda! Nessa ocasião soube que ela estaria presente num casamento que eu iria 2 meses mais tarde.

2 meses depois, lá estava eu em Natal. O casamento seria na praia, novidade pra mim. E lá estava ela tb... mais linda ainda (como é possível?). Cabelos soltos, vestido ondulado pela brisa do fim da tarde, pés na areia (gente, até os pés dela são lindos!). Tá certo que ela estava conversando com outras pessoas, mas eu só enxergava ela, a praia e o céu... Renoir teria inveja desse cenário.

Ela me viu, veio falar comigo, me abraçou, perguntou quanto tempo eu ficaria em Natal. "Infelizmente só uma semana, vim só mesmo pro casamento". Trocamos algumas palavras em várias oportunidades, trocamos sorrisos, dançamos... mas nada além. Nada que seja recíproco, já que o interesse parece vir mesmo só da minha parte. E continuo acreditando nisso, mesmo tendo surpreendido por 2 ou 3 vezes ela desviando o olhar quando meus olhos encontravam com os dela.

Voltei pra Brasília e não conseguia tirar da cabeça a figura linda daquela mulher-deusa-na-Terra. Vi fotos do casamento, me prendia longos segundo na figura dela. Nessa hora soube das pretensões alheias de apresentá-la ao meu irmão. Pq ela está solteira, ele tb, os pais dela moram em Brasília e ela está sempre por aqui, ela é um doce de pessoa, blá blá blá... "Quê?! Sai pra lá que eu vi primeiro!!", pensei. Mas tive que me segurar e fingir que tava tudo bem, que eu dava o maior apoio. Ninguém sabe o tanto que essa mulher me encantou, o tanto que eu fiquei balançada, o tanto que a simples visão daquele corpo, daqueles olhos e daquela boca habitam meus pensamentos... segredo de Estado! Não quero chocar ninguém (nem a ela!) com esse desejo platônico...

Mas confesso que a simples imagem desse provável futuro é apavorante! Já pensou? Ia dar até nome de filme ou de alguma auto-biografia barata:

"Eu, V., apaixonada pela futura pretendente do meu irmão".

Desabafa, amiga! (Autora: Mariposa Apaixonada de SP)

Oi, aqui vai o depoimento de uma dyke, quer dizer bi, que aiiiiinda não saiu do armário e não foi por falta de vontade viu? Porque eu tô toda toda, no maior frison meninas, mas nada, nadinha mesmo, to me sentindo O patinho feio. Já fui algumas vezes na balada, fui na Diva, tive até uma overdose de mulher, no bom sentido e por hora: to a ver navios... Mas tá tããõ interessante descobrir este universo! Já fiz amigas e tudo, amigas de desabafo, de jogar conversa fora, de trocar confidências, tá sendo ótimo nesse sentido. Meu mal foi me apaixonar....ai ferrou tudo...Eu imaginava ir em apenas UMA balada dyke, ficar com uma garota, de repente algo a mais, matar meu desejo carnal e enterrá-lo. Pois bem, nada rolava nessa balada e um casal de amigas me empurrando, olha essa, olha aquela e eu já cansada dessa empurração, de repente, não mais que de repente uma delas falou, e aquela ali? Olhei e bateu, o que eu não sei, mas bateu. Pliiim, plim, plim, meu, apaixonei, iiixi! Imagina apaixonar justo pela dj mais pop, mais linda, quer dizer, eu acho, mais tudo? Então, eu consegui essa proeza, dai fui com toda minha coragem e ingenuidade conversar com o mulherão, mas que nada, nem deu bola...Aí que eu pirei, orgulho ferido logo na primeiro investida! Tentei de tudo, até ficar até o fim da balada p/ uma carona gentil e nem isso rolou, preferiu ir embora com uma daquelas de 18 que as mais velhas devem conhecer bem...Bom, desde então meio coração ficou partido... que coisa, nunca tinha levado um fora sem NADA ter acontecido... e não aconteceu, até agora... Ai, desencanei, to por ai, meio aberta, meio chateada, meio achando tudo muito estranho... Até comentei com uma amiga hetero, aliás devo agradecer a duas delas que só foram na balada pra me acompanhar, isso é que é amiga!! Um adentro: algumas meninas chegaram pra conversar com a gente ( no caso das duas amigas, em duas baladas diferentes) e quando elas disseram que eram hetero, rolou um comentário tipo: " a, isso é pq ainda naum experimentou, ainda naum saiu do armário e riam, zoando...". Sorry, mas discordo e elas tb galera, oq é q tem elas gostarem de homens e pronto??Preconceito às avessas... Na Diva, a minha amiga hetero ficava tentando flertar com os poucos homens e eu ali, maravilhada com tanta mulher... Ai eu percebi que ela não leva o menoor jeito pra coisa mesmo... Magina, ficar atrás de alguns gatos pingados e a maioria destes, gays...Bom, voltando ao que eu e ela comentávamos nesta balada, a gente parou pra pensar que se estivéssemos numa balada hetero, alguns homens já teriamvindo convresar, investir num papo e tal, mas que com mulher a coisa é diferente, mas complicada, claro, pq tb temos que ir á luta, mas naum só por isso, parece que dão menos trela... Comentei isso com uma amiga mega gata, inteligentem charmosa e tudo o que possam imaginar e ela concordou, dizendo que já passou mtas vezes por isso, de estar naquele estado que só falta pegar fogo e parece que niguém te dá bola...que vc não existe... concordam? O que acham do dilema da principiante desatrada aqui?

Ui! (Autora: Pussy)


Nunca fui uma pessoa de ficar só. Sempre que terminava um namoro ia logo engatando outro. No fundo, eu sempre dizia que "dessa vez vai ser diferente, vou só namorar, não vou me mudar pra casa de ninguém e nem deixar ninguém se mudar pra minha...". O problema é que nessa época minha família ainda não estava bem resolvida com minha 'vida' e eu terminava passando bastante tempo na casa da minha namorada da ocasião.

Além de não ficar muito tempo só, eu sempre fui daquelas namoradas que ajeitam a companheira em tudo. Arrumo um jeito dela trabalhar, estudar, ajeito roupa, casa. Termino me comportando como mãezona dela. Claro que esta mãezona aqui quer uma caminha quentinha também, né!

Pois foi com uma namorada dessas que eu comecei a ter um comportamento que eu sempre recriminei: o de 'pular a cerca'! Ela não valorizava nada que eu fazia por ela. Só queria saber de beber e farrear. Então, eu comecei a dar uns pulinhos fora de casa. Ficava com uma aqui, outra acolá. Mas sem ela saber. Enfim, terminamos. E nessa época eu estava saindo com uma menina de quem eu estava começando a gostar, mas que era apaixonada pela ex.

Bom, também não deu certo. E terminei ficando com uma amiga que terminou se declarando para mim depois de um ano de amizade. Eu não morria de amores por ela, mas também não era tão inesperado assim. Eu até achava que ela era uma gracinha.

Pois bem, começamos a namorar. A ficar uma na casa da outra. E nesse rolo todo estamos juntas a quatro anos e meio. Com casa, carro, casamento no cartório (união estável!) e planos para mais realizações no futuro. Lindo!

O problema, é que quando estávamos com 6 meses de namoro conheci uma mulher num evento de trabalho (mais velha que eu, centrada, culta, bem-resolvida, e que me encantou à primeira vista!). Poucos dias depois, numa festa, uma amiga nos apresentou: Eu, minha namorada e a tal 'mulher'! Não conseguia parar de olhar pra ela, literalmente, eu fiquei babando de tão encantada com ela. Daí então, passamos a sair todas juntas, para diversos lugares e festas aqui na cidade. Até que, 6 meses depois, eu não pude resistir e terminei saindo só com ela, numa escapulida que dei da minha namorada. Faíscas no ar, tesão, tensão... beijos deliciosos... ahhh... não consegui nunca me arrepender dessa escapulida...

Bom, desde então nos encontramos assim por acaso (nos eventos de trabalho, nas festas, devidamente acompanhadas, e sempre com muita educação e seriedade) mas também com muito "calor" e gostinho de "quero mais".

Já estávamos com quase um ano que não nos viamos, e nos reencontramos sexta feira passada. Senti meu corpo todo se aquecendo, e um medo de entregar que nunca deixei de pensar nela. Ela também está namorando e por quase três anos. O que me leva a crer que ela começou a namorar logo depois de termos saído juntas. Mas parece que o mundo conspira por nós, e terminamos tendo que realizar um projeto juntas. Ai, que agonia! A vontade era no corpo todo, mas eu só ficava pensando na minha namorada, tão apaixonada, tão dedicada... Enfim, realizamos a dita atividade e saímos para comer uma pizza. Nada demais até que a hora de irmos embora chegou e a tentação foi mais forte que as nossas namoradas. Faíscas no ar, tesão, tensão... beijos deliciosos... ahhh... não sei se consigo esperar mais três anos para vê-la de novo.

Saindo do Armário (Autora: Drica)

A questão de "sair do armário" é bem complicada. No meu caso, eu fui arrancada dele. Desde tenra idade já sabia que gostava de meninas. Com meus 14 anos beijei a primeira e daí pra frente não larguei mais a fruta. O problema é que aos 17 anos, minha mãe, desconfiada que uma amizade estava "estranha", decide xeretar no meu armário e voilá! Eis que ela encontra uma carta da minha namorada na época contando tudo aquilo que ela precisava saber.
Resultado: barraco armado, choradeira, parte da família envolvida na sua intimidade, pessoas me chamando de anormal, etc.
Crime: Amar uma pessoa do mesmo sexo que você
Sentença: 6 meses de encarceiramento na solitária (quarto) e sessões na psicóloga até você querer estourar os miolos.
Acredito que a reação adversa aconteça com muitas de nós, já que a maioria das famílias não é nada receptiva. Um conselho para as navegantes de primeira viagem que ainda não aprenderam a nadar quando são jogadas do barco: Não desista nunca!
Apesar de não ter tanta experiência, já passei por muitas coisas na vida. Nessas horas de desespero, conte com o apoio dos amigos e mantenha a cabeça pra cima. As coisas podem não ser do jeito que você sempre sonhou, mas elas vão melhorando ao poucos. É só ter paciência e a cabeça no lugar.

Um grande beijo para todas vocês e muita força e coragem para navegar por esses mares tempestuosos!

16.9.08

Quando aquela "amiga" começa a incomodar (Autora Anônima)


Na verdade eu ainda não saí totalmente do armário. Para amigos e amigas, sim. Família, não.
A situação é complicada, porque não sou nenhuma adolescente, mas me sinto como tal ao esconder da minha família que tenho um relacionamento estável e que logo será um casamento.
De tempos em tempos minha mãe tem uma "amiga" para implicar. E nessas horas me pergunto: porra, será que não custa ela fazer um esforço e assumir logo que sabe de tudo?
Mas daí eu penso, 'será que eu que tenho que fazer esse esforço e não ela?'
Eu gostaria muito de não ter que fazer, é mais cômodo, porém covarde.

Sei que minha vida tem sido assim, desde a primeira namorada, ou melhor, desde a primeira 'amiga' que incomodou. Mentira atrás de mentiras e nenhum namorado para dar uma 'esperança' para ela. A falta de reconhecimento é muito ruim, não poder dividir os acontecimentos do meu relacionamento com a família, não poder contar que estamos noivas, não poder deixar claro que estou feliz com a vida a duas. Mas, pelo andar das coisas, acho que fico no tal armário enquanto ele me couber.

Em mais um episódio de Drama da Carência Alheia (Autora: P.D.)


Tudo começou numa parada pela visibilidade lésbica, a 4ª de Brasília, e quando se vai pr´uma parada lésbica é óbvio que você sai com o intuito de fazer no mínimo tudo o que a programação preparou pra você!
Tava eu lá curtindo a histeria e radicalismo das ativistas, as cantoras de MPB, as sapas de um dia (aquelas que só aparecem nessas datas comemmorativas), as beals feias amigas das sapas de um dia... tudo agradável, bizarro e dentro dos planos.
Os planos eram: me jogar e só dar o mel pra ainha da primavera, ou seja, a rasha que chegasse chegando, levava... ou quase (porque depois de vários drinks os critérios e as barreiras imaginárias caem) e tudo acontece. E aconteceu, peguei uma de prórpia escolha, vi suas costas tatuadas e achei exótico a coisa toda, gostei, cheguei, oi blá blá blá e tcharam: vale beijo. Valeu beijos, telefone e ligação no outro dia. Depois um encontro casual de tarde e que rendeu um outro encontro de noite.
Porém, eis que o drama chegou, a tal carência alheia... sorrateira e onipresente. Eu confesso que queria um sexo fácil, afinal coisa de pele serve pra isso né, mas ela veio no texto de ser Sandy, sexo só por amor... até aí ok...mas, depois dessa declaração você até desiste de algo mais. Ou não!
Bem, o lance era que a rasha, se encatou pelos beijos e pequenas mãos bobas, mas eu já havia praticado o desapego e o desejo de viver a vida latina voltou com toda a força, entrentanto, como "comunicar" esse fato sem ser de uma forma tosca e descabida? 'Oi, acho legal a gente ser amiga? Oi, acho legal mesmo a gente ser amiga? Oi, acho que a gente só pode ser amiga!'

E o final foi assim:
Oi, acho melhor a gente ser amigas que se pegam do que essa história de amor pra cá e amor pra lá... E ela, madura e no salto disse: isso tava bem claro desde o início pra mim, não é? Depois dessa só pude agradecer (pela drama ser meu e não dela, no final das contas) e pedir desculpas pelo meu jeito ogro de comunicar que eu quero é frevo e nada mais... Ou não, né!

Postado por eu mesma


Essa aconteceu com uma amiga minha:

Eis que ela estava esperando passar um ônibus, lá pelas tantas da madrugada, com uma récem-paixão-de-uma-noite-e-
nada-mais, e pára uma moto com dois homens. Pânico total, né.
Depois de alguns minutos com as mesmas gracinhas imbecis de sempre, eles são vencidos pelo cansaço de suas tentativas frustadas de aproximação e resolvem ir embora.
Mas a saga não termina aí: a moto segue um pouco e resolve dar meia volta. Mais pânico ainda.
Não necessitava muita perspicácia para perceber que as duas donzelas eram um casal (ok, ainda que one night only). As gracinhas começaram a ficar mais apelativas e o clima mais tenso ainda.
As duas se mativeram múmias por cautela. Depois de muito constragimento e frio na barriga por receio da brincadeirinha virar uma coisa bem pior, eles soltam a pérola:

- Sabe o que que é isso? Preconceito. Isso sim é preconceito. Vocês deviam se beijar pra gente ver. É preconceito da parte de vocês não fazerem isso na nossa frente.

Mereço?

Debutando!


Queridas,
vou inaugurar o blog explicando o conceito e a proposta da criação do nosso Divã.

[ um blog colaborativo
onde cada uma conta sua história ]

.: para facilitar a leitura das queridas leitoras, as temáticas são divididas em cinco categorias :.


1. desabafa, amiga!
preparou todo o repertório para o encontro de sexta-feira?
passou horas pensando na frase mais inteligente possível para escrever aquele e-mail ou aquela conversa do msn? digitou trezentasesetenta mil vezes aquele SMS antes de mandar?
e mesmo assim ela te deu um fora?
desabafa!

2. saindo do armário
se você já pulou fora do armário, se ainda está abrindo as portas,
se desde pequena nunca conseguiu colocar as perninhas lá dentro,
conte sua história!

3. ninguém merece
estava passeando de mãos dadas com sua namorada e alguma pessoa encheu o saco?
sofreu algum tipo de preconceito no trabalho ou na faculdade?
sua família não entende que no casamento vão ter duas noivas?
ai,ai

4. imponderáveis do cotidiano
aquilo que não se pode pesar, aquelas histórias do dia a dia, casos de amores resolvidos e não-resolvidos, amizades, vivências do cotidiano e por aí vai!

5. ui!
sim senhoras! não poderia faltar a categoria de troca de casos de aventuras sexuais,
não é mesmo?


Qualquer dúvida entre em contato!
Todas as histórias serão publicadas anonimamente ou com um pseudônimo da escolha da colaboradora.
Aquelas mais desinibidas podem também colaborar com seu nome verdadeiro.
Aguardo ansiosamente sua história na minha caixa de e-mail!

e-mail: dykenodiva@gmail.com