22.9.08
Quero... mas tenho medo! (Autora: V.)
Desejo (Autora: Dhi SP)
Fingir que sou comum, mais uma apenas
não dá
Quando você ,inocentemente, deixa suas curvas
à mostra eu quase enloqueço imaginando o que
provavelmente nunca acontecerá...
Ouço teus segredos,teus lamentos, teu choro
E te aconselho dizendo que um dia o que é nosso
chega pensando se tu notaste o modo como te olho
no fundo dos olhos
Me agonia a impossibilidade de dizer a verdade
E me parece injusto fingir uma coisa que não sinto
Mas a verdade traria consigo o fim
E entre o fim e a mentira fico com a mentira
Pois assim ainda posso te ver, sem nenhuma intenção
se não apenas te ver
Pra não te perder eu me escondo, finjo, minto,
Digo que um dia tu acharás alguém que te mereça
E só o que eu desejo em silêncio é que esse alguém
seja eu...
17.9.08
Há poesia (Autora: Luciane de Novaes - http://floresemvcs.blogspot.com)
Lágrimas solitárias
Lágrimas solidárias
Lágrimas confidentes e bandidas
Das cercanias “hemofóbicas”
Tão estranhas e falantes
Tão culpadas e atrizes
Como sérias meretrizes do além-bar
Saídas daquele mar dos sonhos
Expulsas por cantar sem medos
O amor ébrio de suas almas perdidas
A luz do dia censurava seus passos
Nas madrugadas intensas eram tão felizes
Dos boêmios e felinos guardavam a fiel companhia indulgente
Esses, os poucos e bons que lhes tratavam comumente
- Se o amor que a gente sente não pode sentar no banco da praça,
Nem por isso desisto querida.
Nada nos tira a graça!
Repousa teu olhar em meu travesseiro
Que te faço dormir em meu seio
Que te faço sorrir sem receio
O amanhã vem para todos, mesmo nublado de preguiça
Dorme e sonha com o futuro
Há poesia em tudo, amor
Há poesia...
Saindo do armário (Autora: Dhi SP)
Bom vou usar meu apelido real mesmo, Dhi é como todo mundo me chama!tenho 18 anos completos á pouco e enfim descobri que sou bissexual, pra mim é tudo muito novo e até meio assustador pq sempre desconfiei mas nunca tive certeza de nada...
Isso não é a parte mais difícil quando se descobre que gosta de pessoas do mesmo sexo pq é incrível pra mim (mulheres são tão especiais!!), mas a pior coisa é descobrir que é gay se apaixonando por uma pessoa incrível mas que não ta nem aí pra você, no meu caso pela colega do 3º ano meio "butch" que é famosa por ter opinião própria e ser decidida(aquele tipo "Shane" The L Word!), mas enfim eu pensava que um coração partido era coisa de gente fraca que se deixa levar pelos sentimentos mas fui pega totalmente desprevenida e meus conceitos sobre paixão foram pelo ralo...A menina me encanto totalmente e pior me deu trela no início , mas acabo se afastando e sendo até grossa comigo várias vezes na escola.
Mas pelo menos pude sair do armário pra minha mãe que me deu todo apoio do mundo(te amo mãe!!), mas para as minhas amigas (todas héteros claro!!) isso ainda é segredo e nem imagino como contar sobre porque uma delas ,que por sinal é uma das melhores amiga, é extremamente homofóbica e preconceituosa, e a outra melhor amiga até entenderia mas ainda tenho medo e pior ainda to apaixonada por ela!!!
Espero que eu me saia bem quando decidir sair do armário pra todo mundo porque viver negando quem você é pode ser e é extremamente difícil...Espero que um dia seja mais fácil ser quem você é sem ter que se preocupar com os outros!!
Imponderáveis.. (Autora: V.)
Era um domingo. Almoço de aniversário. Em meio a conversas casuais, ela entrou no salão. Era uma das convidadas. A visão mais linda do dia. Olhos verdes, cabelos longos e negros presos num rabo de cavalo, um corpo escultural, um sorriso de fazer tremer... Tive que me recompor e disfarçar meu rubor ao ser apresentada a ela.
Almoçamos juntas, conversamos, rimos muito... e em uma tarde eu descobri que ela era a pessoa mais interessante que eu havia conhecido nos últimos 10 anos. Fiquei encantada com ela... e Deus, como era linda! Nessa ocasião soube que ela estaria presente num casamento que eu iria 2 meses mais tarde.
2 meses depois, lá estava eu em Natal. O casamento seria na praia, novidade pra mim. E lá estava ela tb... mais linda ainda (como é possível?). Cabelos soltos, vestido ondulado pela brisa do fim da tarde, pés na areia (gente, até os pés dela são lindos!). Tá certo que ela estava conversando com outras pessoas, mas eu só enxergava ela, a praia e o céu... Renoir teria inveja desse cenário.
Ela me viu, veio falar comigo, me abraçou, perguntou quanto tempo eu ficaria em Natal. "Infelizmente só uma semana, vim só mesmo pro casamento". Trocamos algumas palavras em várias oportunidades, trocamos sorrisos, dançamos... mas nada além. Nada que seja recíproco, já que o interesse parece vir mesmo só da minha parte. E continuo acreditando nisso, mesmo tendo surpreendido por 2 ou 3 vezes ela desviando o olhar quando meus olhos encontravam com os dela.
Voltei pra Brasília e não conseguia tirar da cabeça a figura linda daquela mulher-deusa-na-Terra. Vi fotos do casamento, me prendia longos segundo na figura dela. Nessa hora soube das pretensões alheias de apresentá-la ao meu irmão. Pq ela está solteira, ele tb, os pais dela moram em Brasília e ela está sempre por aqui, ela é um doce de pessoa, blá blá blá... "Quê?! Sai pra lá que eu vi primeiro!!", pensei. Mas tive que me segurar e fingir que tava tudo bem, que eu dava o maior apoio. Ninguém sabe o tanto que essa mulher me encantou, o tanto que eu fiquei balançada, o tanto que a simples visão daquele corpo, daqueles olhos e daquela boca habitam meus pensamentos... segredo de Estado! Não quero chocar ninguém (nem a ela!) com esse desejo platônico...
Mas confesso que a simples imagem desse provável futuro é apavorante! Já pensou? Ia dar até nome de filme ou de alguma auto-biografia barata:
"Eu, V., apaixonada pela futura pretendente do meu irmão".
Desabafa, amiga! (Autora: Mariposa Apaixonada de SP)
Ui! (Autora: Pussy)
Nunca fui uma pessoa de ficar só. Sempre que terminava um namoro ia logo engatando outro. No fundo, eu sempre dizia que "dessa vez vai ser diferente, vou só namorar, não vou me mudar pra casa de ninguém e nem deixar ninguém se mudar pra minha...". O problema é que nessa época minha família ainda não estava bem resolvida com minha 'vida' e eu terminava passando bastante tempo na casa da minha namorada da ocasião.
Além de não ficar muito tempo só, eu sempre fui daquelas namoradas que ajeitam a companheira em tudo. Arrumo um jeito dela trabalhar, estudar, ajeito roupa, casa. Termino me comportando como mãezona dela. Claro que esta mãezona aqui quer uma caminha quentinha também, né!
Pois foi com uma namorada dessas que eu comecei a ter um comportamento que eu sempre recriminei: o de 'pular a cerca'! Ela não valorizava nada que eu fazia por ela. Só queria saber de beber e farrear. Então, eu comecei a dar uns pulinhos fora de casa. Ficava com uma aqui, outra acolá. Mas sem ela saber. Enfim, terminamos. E nessa época eu estava saindo com uma menina de quem eu estava começando a gostar, mas que era apaixonada pela ex.
Bom, também não deu certo. E terminei ficando com uma amiga que terminou se declarando para mim depois de um ano de amizade. Eu não morria de amores por ela, mas também não era tão inesperado assim. Eu até achava que ela era uma gracinha.
Pois bem, começamos a namorar. A ficar uma na casa da outra. E nesse rolo todo estamos juntas a quatro anos e meio. Com casa, carro, casamento no cartório (união estável!) e planos para mais realizações no futuro. Lindo!
O problema, é que quando estávamos com 6 meses de namoro conheci uma mulher num evento de trabalho (mais velha que eu, centrada, culta, bem-resolvida, e que me encantou à primeira vista!). Poucos dias depois, numa festa, uma amiga nos apresentou: Eu, minha namorada e a tal 'mulher'! Não conseguia parar de olhar pra ela, literalmente, eu fiquei babando de tão encantada com ela. Daí então, passamos a sair todas juntas, para diversos lugares e festas aqui na cidade. Até que, 6 meses depois, eu não pude resistir e terminei saindo só com ela, numa escapulida que dei da minha namorada. Faíscas no ar, tesão, tensão... beijos deliciosos... ahhh... não consegui nunca me arrepender dessa escapulida...
Bom, desde então nos encontramos assim por acaso (nos eventos de trabalho, nas festas, devidamente acompanhadas, e sempre com muita educação e seriedade) mas também com muito "calor" e gostinho de "quero mais".
Já estávamos com quase um ano que não nos viamos, e nos reencontramos sexta feira passada. Senti meu corpo todo se aquecendo, e um medo de entregar que nunca deixei de pensar nela. Ela também está namorando e por quase três anos. O que me leva a crer que ela começou a namorar logo depois de termos saído juntas. Mas parece que o mundo conspira por nós, e terminamos tendo que realizar um projeto juntas. Ai, que agonia! A vontade era no corpo todo, mas eu só ficava pensando na minha namorada, tão apaixonada, tão dedicada... Enfim, realizamos a dita atividade e saímos para comer uma pizza. Nada demais até que a hora de irmos embora chegou e a tentação foi mais forte que as nossas namoradas. Faíscas no ar, tesão, tensão... beijos deliciosos... ahhh... não sei se consigo esperar mais três anos para vê-la de novo.
Saindo do Armário (Autora: Drica)
Sentença: 6 meses de encarceiramento na solitária (quarto) e sessões na psicóloga até você querer estourar os miolos.
Apesar de não ter tanta experiência, já passei por muitas coisas na vida. Nessas horas de desespero, conte com o apoio dos amigos e mantenha a cabeça pra cima. As coisas podem não ser do jeito que você sempre sonhou, mas elas vão melhorando ao poucos. É só ter paciência e a cabeça no lugar.
16.9.08
Quando aquela "amiga" começa a incomodar (Autora Anônima)
Na verdade eu ainda não saí totalmente do armário. Para amigos e amigas, sim. Família, não.
A situação é complicada, porque não sou nenhuma adolescente, mas me sinto como tal ao esconder da minha família que tenho um relacionamento estável e que logo será um casamento.
De tempos em tempos minha mãe tem uma "amiga" para implicar. E nessas horas me pergunto: porra, será que não custa ela fazer um esforço e assumir logo que sabe de tudo?
Mas daí eu penso, 'será que eu que tenho que fazer esse esforço e não ela?'
Eu gostaria muito de não ter que fazer, é mais cômodo, porém covarde.
Sei que minha vida tem sido assim, desde a primeira namorada, ou melhor, desde a primeira 'amiga' que incomodou. Mentira atrás de mentiras e nenhum namorado para dar uma 'esperança' para ela. A falta de reconhecimento é muito ruim, não poder dividir os acontecimentos do meu relacionamento com a família, não poder contar que estamos noivas, não poder deixar claro que estou feliz com a vida a duas. Mas, pelo andar das coisas, acho que fico no tal armário enquanto ele me couber.
Em mais um episódio de Drama da Carência Alheia (Autora: P.D.)
Tava eu lá curtindo a histeria e radicalismo das ativistas, as cantoras de MPB, as sapas de um dia (aquelas que só aparecem nessas datas comemmorativas), as beals feias amigas das sapas de um dia... tudo agradável, bizarro e dentro dos planos.
Os planos eram: me jogar e só dar o mel pra ainha da primavera, ou seja, a rasha que chegasse chegando, levava... ou quase (porque depois de vários drinks os critérios e as barreiras imaginárias caem) e tudo acontece. E aconteceu, peguei uma de prórpia escolha, vi suas costas tatuadas e achei exótico a coisa toda, gostei, cheguei, oi blá blá blá e tcharam: vale beijo. Valeu beijos, telefone e ligação no outro dia. Depois um encontro casual de tarde e que rendeu um outro encontro de noite.
Porém, eis que o drama chegou, a tal carência alheia... sorrateira e onipresente. Eu confesso que queria um sexo fácil, afinal coisa de pele serve pra isso né, mas ela veio no texto de ser Sandy, sexo só por amor... até aí ok...mas, depois dessa declaração você até desiste de algo mais. Ou não!
Bem, o lance era que a rasha, se encatou pelos beijos e pequenas mãos bobas, mas eu já havia praticado o desapego e o desejo de viver a vida latina voltou com toda a força, entrentanto, como "comunicar" esse fato sem ser de uma forma tosca e descabida? 'Oi, acho legal a gente ser amiga? Oi, acho legal mesmo a gente ser amiga? Oi, acho que a gente só pode ser amiga!'
E o final foi assim:
Oi, acho melhor a gente ser amigas que se pegam do que essa história de amor pra cá e amor pra lá... E ela, madura e no salto disse: isso tava bem claro desde o início pra mim, não é? Depois dessa só pude agradecer (pela drama ser meu e não dela, no final das contas) e pedir desculpas pelo meu jeito ogro de comunicar que eu quero é frevo e nada mais... Ou não, né!
Postado por eu mesma
Essa aconteceu com uma amiga minha:
Eis que ela estava esperando passar um ônibus, lá pelas tantas da madrugada, com uma récem-paixão-de-uma-noite-e-
Depois de alguns minutos com as mesmas gracinhas imbecis de sempre, eles são vencidos pelo cansaço de suas tentativas frustadas de aproximação e resolvem ir embora.
Mas a saga não termina aí: a moto segue um pouco e resolve dar meia volta. Mais pânico ainda.
Não necessitava muita perspicácia para perceber que as duas donzelas eram um casal (ok, ainda que one night only). As gracinhas começaram a ficar mais apelativas e o clima mais tenso ainda.
As duas se mativeram múmias por cautela. Depois de muito constragimento e frio na barriga por receio da brincadeirinha virar uma coisa bem pior, eles soltam a pérola:
- Sabe o que que é isso? Preconceito. Isso sim é preconceito. Vocês deviam se beijar pra gente ver. É preconceito da parte de vocês não fazerem isso na nossa frente.
Mereço?
Debutando!
Queridas, vou inaugurar o blog explicando o conceito e a proposta da criação do nosso Divã.
[ um blog colaborativo
onde cada uma conta sua história ]
.: para facilitar a leitura das queridas leitoras, as temáticas são divididas em cinco categorias :.
1. desabafa, amiga!
2. saindo do armário
se desde pequena nunca conseguiu colocar as perninhas lá dentro,
conte sua história!
estava passeando de mãos dadas com sua namorada e alguma pessoa encheu o saco?
sofreu algum tipo de preconceito no trabalho ou na faculdade?
sua família não entende que no casamento vão ter duas noivas?
ai,ai
4. imponderáveis do cotidiano
aquilo que não se pode pesar, aquelas histórias do dia a dia, casos de amores resolvidos e não-resolvidos, amizades, vivências do cotidiano e por aí vai!
5. ui!
sim senhoras! não poderia faltar a categoria de troca de casos de aventuras sexuais,
não é mesmo?
Qualquer dúvida entre em contato!
Todas as histórias serão publicadas anonimamente ou com um pseudônimo da escolha da colaboradora.
Aquelas mais desinibidas podem também colaborar com seu nome verdadeiro.
Aguardo ansiosamente sua história na minha caixa de e-mail!
e-mail: dykenodiva@gmail.com